
Em bolhas
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Viver em bolhas parece ser algo inerente ao ser humano.https://www.fotodemic.org/diaries/in-bubbles
Comecei esse projeto em 2019 a partir de uma inquietação sobre as bolhas que nos envolvem, cercam, nos protegem e também nos agridem.A polarização política, as bolhas sociais e o jogo dos algoritmos, o confinamento que a sociedade insiste em manter os grupos LGBTQI+ e todas as letras que surgirem, o isolamento compulsório que a sociedade impõe aos mais velhos, .as bolhas em que vivem todos os grupos minoritários e a população de baixa renda… Se mostrasse esse trabalho antes de 2020, cada um, em cada parte do mundo, faria diferentes leituras desse signo - "bolha" . Será que 2020 nos trouxe, um significado globalizado, vivido por quase todos nesse planeta e o mais incrível, ao mesmo tempo?
As bolhas de 2020 desnudam a consciência dos isolamentos, onde as inquietações estão intimamente ligadas aos espaços urbanos, sua integração,utilização X desintegração e degradação. Surgem, com isso, a necessidade de novas decisões éticas e morais. A cidade para o homem civilizado dita todas as regras da nossa rotina. O quê acontece, então, quando esse espaço nos é tomado? O isolamento parece produzir um sufocamento ao homem moderno, onde a realidade, a ficção, o sonho e a vigília passam a se confundir, pois, muitos dos nossos dramas, são provenientes das contradições que o mundo moderno nos apresenta e a relação com os espaços urbanos que habitamos.
A provocação que me coloco nesse trabalho é sobre os signos em mutação.
As bolhas sempre existiram. O quê mudaram, talvez, foram nossos ouvidos?